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Sábado, 15 de Agosto de 2009

Higiene do recém-nascido

 

A pele é uma das mais importantes protecções do recém-nascido contra os agentes patogénicos, já que se verificam anualmente quatro milhões de mortes neonatais, sobretudo nos países em desenvolvimento com 99%, sendo que destas, 36% são devidas às infecções (MULLANY et al, 2006). Torna-se importante, deste modo, preservar a integridade da pele durante o período neonatal.

 

Cuidados com a pele

A pele é composta por duas camadas principais: a epiderme e a derme.

A epiderme é a parte superficial da pele, composta por cinco camadas: a camada córnea, a camada translúcida, a camada granulosa, a camada espinhosa e a camada basal. A derme corresponde à camada profunda da pele, apresentando duas camadas: a derme papilar e a derme reticular (SEELEY et al, 1997). De um modo geral, a pele é responsável pela protecção física, servindo de barreira às acções químicas, biológicas e mecânicas; regula e permite a manutenção da temperatura corporal; funciona como órgão sensorial, recebendo os estímulos tácteis, térmicos e dolorosos; apresenta ainda funções imunológicas e propriedades de renovação (TAMEZ et al, 2002). A pele do recém-nascido no nascimento apresenta um pH neutro. Ao fim de três a quatro dias vai aumentando o grau de acidez, tornando-se ácido durante a primeira semana de vida, igualando ao do adulto no final do primeiro mês, com um valor cerca de cinco (CUNHA et al, 2006).

A pele do recém-nascido de termo apresenta características homólogas à do adulto, excepto no que diz respeito ao facto de se apresentar menos pigmentada, menos espessa, menos hidratada e de conter vérnix caseosa (MACEDO et al, 2004). Sendo assim, e por esta constituição, está sujeita a sofrer lesões, lesões estas que conduzem muitas vezes à perda de água e calor, contribuindo para o desequilíbrio hidroelectrolítico e térmico, e consequentemente para o risco de infecções (TAMEZ et al, 2002). Por toda esta especificidade, os cuidados à pele do recém-nascido são de extrema importância. Estes cuidados englobam o banho, a hidratação com emolientes e anti-microbianos, com o objectivo de reduzir a colonização microbiana (BALRICH et al, 1998).

O banho do neonato tem várias finalidades, destacando-se (SEELEY et al, 1997; CUNHA et al, 2006): Lavagem completa, permitindo a remoção de gordura da camada externa da pele, bem como a redução da sua colonização; observação física; criação de um ambiente de conforto; socialização do recém-nascido com a família.

De acordo com as recomendações da OMS o primeiro banho deve ser adiado para seis horas após o nascimento, mas preferencialmente para 2 a 3 dias depois, até que a temperatura interna do recém-nascido estabilize a 37º C. Deste modo, apenas se justifica a higiene dos órgãos genitais (WHO, 1997; BOBAK et al, 1999).

São conhecidos dois tipos de banho: o banho de esponja e o banho de imersão. De acordo com alguns estudos, o banho de imersão deveria ser dado apenas após a queda do coto umbilical, para não produzir a alteração da flora da sua base e consequente retardamento do processo natural de queda (TROTTER, 2006).

A partir da queda do coto umbilical parece consensual a opção pelo banho de imersão, uma vez que este implica uma menor perda de temperatura relativamente ao banho de esponja (BOBAK et al, 1999). Alguns autores consideram o banho diário desaconselhável já que leva à alteração do pH da pele, atrasando todo o processo de maturação, pondo em risco as suas funções, sendo adequado apenas duas a três vezes por semana (BALDRICH et al, 1998; TROTTER, 2006). A aplicação de agentes tópicos de limpeza da pele durante o banho pode provocar a destruição do manto ácido, conduzindo a alterações da flora bacteriana cutânea, alterações da actividade das enzimas da epiderme, e destruição da camada de gordura, tendo como última consequência alterações na hidratação da pele como sejam a secura e a descamação (CUNHA et al, 2006). Deste modo, existe muita controvérsia acerca dos produtos a utilizar na pele do recém-nascido (WALKER et al, 2005).

Há estudos que recomendam o banho apenas com água (TROTTER, 2006). De qualquer modo deve-se optar pela utilização de sabonetes suaves com pH neutro (CUNHA et al, 2006).

 

 

O banho do recém-nascido

Para o banho de imersão estão descritos os seguintes procedimentos:

*      Se o recém-nascido está hipotérmico (temperatura <35,3ºC), o banho deve ser adiado até à subida da temperatura (temperatura axilar entre 36ºC-37,2ºC).

*      Reunir o material necessário.

*      Assegurar-se de que a sala está aquecida e livre de correntes de ar.

*      Encher a banheira com água. O nível de água deve ser de 5 a 7 centímetros de altura.

*      Verificar a temperatura da água que deve ser de aproximadamente 37ºC.

*      Lavar as mãos.

*      Despir o RN.

*      Deslizar o RN, gradualmente, para dentro da banheira mantendo o pescoço e a cabeça apoiados no braço do prestador de cuidados.

*      Sistematicamente de cima para baixo.

*      Iniciar o banho pelo rosto usando uma esponja macia.

*      Lavar o cabelo e couro cabeludo delicadamente.

*      Lavar cada parte do corpo no seu momento, prestando especial atenção às dobras do pescoço, coxa e antebraço. As dobras da pele precisam ser limpas e secas para evitar a irritação.

*      Lavar os braços, axilas, tórax e abdómen com sabão em pequena quantidade e usando movimentos delicados.

*      Limpar a área da cicatriz umbilical observando se existe rubor ou secreção no umbigo.

*      Lavar as pernas e pés com atenção à região interdigital.

*      Limpar as costas.

*      A higiene da área genital e perianal deve ser feita sempre em último lugar.

*      No bebé de sexo feminino é preciso ter especial atenção aos genitais que devem ser lavados da parte anterior para a posterior, da área vaginal para a rectal, para reduzir o risco de contaminação da uretra ou vagina com os resíduos do ânus. No bebé do sexo masculino deve retrair-se suavemente a pele do prepúcio, parando quando se sentir resistência; lavar e voltar a colocar o prepúcio no lugar para evitar o edema (BOBAK, 1999).

*      Secar cuidadosamente o recém-nascido, tendo novamente especial atenção às pregas e às regiões interdigitais.

*      Embrulhar o recém-nascido numa toalha para evitar a hipotermia.

 

Proceder a cuidados mais específicos:

*      Na área orbital (do olho), lavar do canto interno do ducto lacrimal para a porção externa da pálpebra (do centro para fora), usando uma compressa para cada olho embebida em soro fisiológico ou água. Este procedimento deve ser seguido sempre que preciso (na presença de secreções), não só durante o banho (KENNER, 2001).

*      A higiene dos ouvidos deve ser feita com precaução e superficialmente, utilizando uma gaze ou o canto da toalha. Nunca introduzir cotonetes. É conveniente que o canal auditivo contenha um pouco de cerúmen, uma vez que é uma secreção natural antiséptica que impede que impurezas penetrem no tímpano.

*      Remover quaisquer crostas ou secreções nasais da superfície das narinas, vigiar a quantidade e características das mesmas para detectar uma possível infecção. Utilizar a ponta torcida de uma gaze ou toalha. Se as secreções se apresentam em muita quantidade pode ser necessária uma pêra de sucção para conseguir uma limpeza mais eficaz (KENNER, 2001).

*      As unhas devem ser cortadas idealmente após o banho, pois estão amolecidas e o bebé mais calmo. Devem estar sempre curtas, permitindo que se mantenham limpas e evitando arranhões na pele. Podem cortar-se com um pequeno corta-unhas de bebé ou uma tesoura de pontas redondas e com uma frequência de 7 a 10 dias dependendo do seu crescimento.

 

 

Vestuário

A roupa a utilizar pelo recém-nascido deve ser em semelhante quantidade e do mesmo tipo que a do adulto. Apenas se deve acrescentar um gorro para evitar as perdas de calor que se fazem sobretudo pela cabeça, e uma manta a cobri-lo para que proporcione uma sensação de segurança. A higiene da roupa deve ser rigorosa, optando pela utilização de detergentes suaves, sendo lavada em separado e com água quente, de modo a eliminar resíduos de fezes e/ou urina ou outros que provoquem irritação da pele. Também é aconselhada a secagem ao sol para permitir a neutralização dos resíduos (BOBAK, 1999).

 

Cuidado do coto umbilical

O cordão umbilical cumpre uma função essencial durante a vida intrauterina de alimentar o feto. No momento do nascimento efectua-se o corte do cordão umbilical e é colocado um clampe para evitar a hemorragia através dos vasos. O coto umbilical seca gradualmente e desprende-se entre 5 e 10 dias após o nascimento.

A colonização bacteriana (quando as bactérias invadem o tecido) umbilical tem sido relacionada com o desenvolvimento de várias infecções neonatais, é por esta razão que o cuidado do coto umbilical é fundamental para evitar que a colonização atinja níveis suficientes para desencadear a infecção.

Os cuidados ao coto umbilical têm como objectivo final a sua queda. A queda do coto advém como consequência de um duplo processo de desidratação (mumificação) e putrefacção (dependente de bactérias) (RIBES, 2007).

Existe alguma controvérsia acerca dos cuidados ao coto umbilical. No entanto, existem recomendações gerais como sejam:

*      Levantar o coto umbilical, afastando-o do corpo dobrando a fralda abaixo do mesmo e limpar a base cuidadosamente, de forma a evitar um ambiente húmido pelo contacto com substâncias como a urina e as fezes, favorável ao crescimento de microorganismos e consequente risco de infecção (KENNER, 2001);

*      Despistar sinais inflamatórios – rubor (vermelhidão), tumor (inchaço), calor e dor - na base do coto.

Têm sido utilizados muitos métodos de antissépsia umbilical. Um estudo da Organização Mundial da Saúde compara nove grupos de substâncias, descrevendo a sua acção, vantagens e desvantagens.

Os antisépticos mais potentes costumam retardar os processos de putrefacção, e com isso o desprendimento do coto. Como tal, oferece aos microrganismos resistentes à sua acção um meio ideal para o seu desenvolvimento durante um maior período de tempo (RIBES, 2007). Assim, há estudos que demonstram que não há evidências científicas para continuar com a utilização do álcool, actualmente o produto de uso mais generalizado. Além disso, o processo normal de separação do coto inclui o aspecto e possível odor sem lhe ser atribuído nenhum significado patológico (VURAL et al, 2006). Existem ainda estudos que demonstram a possibilidade da utilização de leite materno no cuidado do cordão. Concluem que não existem efeitos adversos e que até diminui o tempo de separação do coto umbilical em comparação com o uso de antissépticos (AHMADPOUR-KACHO, 2006). A aplicação de de talco na região umbilical deve ser evitada porque pode dar lugar ao desenvolvimento de granulomas podendo também provocar uma dissecação excessivamente rápida, com o risco de infecções.

Manter o coto umbilical limpo e seco através da higiene com água e sabão, tendo especial atenção à base do mesmo, é actualmente recomendado como prática exclusiva de cuidado por parte de alguns autores (WHO, 1998).

publicado por Isabel às 13:28
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Sábado, 1 de Agosto de 2009

Transporte do recém-nascido

 

Os acidentes rodoviários são a principal causa de morte e incapacidade temporária e definitiva em crianças e jovens em Portugal, a utilização sistemática e correcta de dispositivos especiais (sistemas de retenção adequados ao peso e à idade da criança) constitui um elevado potencial na diminuição desta mortalidade e morbilidade.
O sistema de retenção é um conjunto de componentes que pode incluir uma combinação de precintas ou componentes flexíveis como a fivela de aperto, dispositivo de regulação, acessórios e em alguns casos, uma cadeira adicional (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, 2007).
No caso de uma travagem brusca, a cabeça, pescoço e costas do bebé (zonas mais vulneráveis a lesões pela sua elevada fragilidade), só serão devidamente apoiadas se este viajar de costas para o sentido da marcha. Assim sendo, já desde a saída da maternidade, o bebé deve ser transportado numa cadeirinha voltada para trás, presa com o cinto de segurança do automóvel, no lugar sem airbag frontal (no mínimo até perfazer os 18 meses de vida).
Nos recém-nascidos, em posição semi-sentado, torna-se ainda necessário um amparo da cabeça (redutores de apoio de cabeça, fralda enrolada entre a cabeça e o encosto lateral da cadeira). No caso dos bebés prematuros ou de baixo peso à nascença, pode-se efectuar o seu transporte em alcofas rígidas, sempre com a cabeça destes voltada para o interior do veículo. Ainda nos casos de crianças portadoras de deficiência física ou mental, podem ser usados sistemas de retenção diferentes dos previstos se assim o justificar (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, 2007).
Um sistema de retenção apenas cumpre requisitos técnicos de segurança quando homologado com o Regulamento 44ECE/UN. A confirmar a homologação encontra-se incorporado na estrutura uma etiqueta, habitualmente cor-de-laranja, com um círculo com a letra E na Europa (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, 2007).
 
 
 
 
sinto-me:
publicado por Isabel às 22:08
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